A mais ou menos duas semanas o escritor Marcelo Rubens Paiva fez uma conta no twitter (@marcelorubens). Pra mim ele é um dos melhores escritores brasileiros e suas tramas são bem envolventes e rápidas fazendo com que o leitor leia uma página querendo ler a outra para ver o que vai acontecer.
Me lembrei do seu último livro onde a Capa foi produzida por Luiz Stein, que também é muito bom neste tipo de produção gráfica, como algumas capas dos livros de Nelson Mota.
Na capa deste livro, uma foto feita por Patrick Zachmann, no seu ensaio “Un jour, la nuit” (Um dia, à noite). Fotografo que conheci por causa do livro “A segunda vez que te conheci” do Rubens Paiva. Zachmann, fez esse trabalho documentando esses instantes que acontecem quando alguns dormem, uma vida noturna nos baixos e submundos das grandes metrópolis.
“Hoje, através desta série, eu fico acordado nessas grandes metrópoles, a noite toda, eu que não sou nem um sonâmbulo, ou insônia, ou até mesmo de diversão noturna” [grifo do fotógrafo].
Apenas sente-se atraído pela vida noturna, assim como os grandes fotógrafos Brassai e Weegee
Um dia, à noite na Night Club de Buenos Aires, Zachmann fotografou dois casais, um deles no auge de seu romance. Quando os casais não ligam de sentar juntos demais, as mãos e os braços se movem simultaneamente pelo o corpo acionados pelo beijo. O espaço da foto num local mais reservado da onde estavam e no tempo, a noite onde as pessoas se sentem melhor para encontrar alguém. Espaço, tempo, e signos completos para se relacionar a trama.
Foto muito bem escolhida para o Romance. Um casal apaixonado, sugerido pelo livro em seu reencontro, a segunda vez que se conheceram depois de seis anos e sentiam-se como se fosse a primeira vez. Tão bem produzida por Luiz que o casal ao lado na capa do livro foi cortado da foto. Além deles, nada mais cabe à trama.
Neste blablabla todo que está meu afeto pela fotografia. A medida que ela está tão próxima da literatura por contar algo. Objetiva e subjetiva, sujeita a qualquer tipo de compreenção de quem vê. E todo esse blablabla pode ser diferente daquilo que o Luiz pensou do Zachmann e que o Marcelo pensou do Luiz e que eu pensei dos 3 neste trabalho. Mas como sempre digo, a fotografia é apenas um caminho e que cada um se encontra de uma maneira.
Recomendo pelo menos o trabalho de dois mais importantes para mim: Zachmann e o Marcelo.
Sigam eles! hehe