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Não é engraçado!?
Naturalmente, não querem nadar. Nasceram para andar na terra e não para a água. E, naturalmente, não querem pensar: foram criados para viver e não para pensar! Isto mesmo! E quem pensa, quem faz do pensamento sua principal atividade, pode chegar muito longe com isso, mas, sem dúvida estará confundindo a terra com a água e um dia morrerá afogado.

Lobo da Estepe (Hermann Hesse)

A mais ou menos duas semanas o escritor Marcelo Rubens Paiva fez uma conta no twitter (@marcelorubens). Pra mim ele é um dos melhores escritores brasileiros e suas tramas são bem envolventes e rápidas fazendo com que o leitor leia uma página querendo ler a outra para ver o que vai acontecer.

Me lembrei do seu último livro onde a Capa foi produzida por Luiz Stein, que também é muito bom neste tipo de produção gráfica, como algumas capas dos livros de Nelson Mota.

Na capa deste livro, uma foto feita por Patrick Zachmann, no seu ensaio “Un jour, la nuit” (Um dia, à noite). Fotografo que conheci por causa do livro “A segunda vez que te conheci” do Rubens Paiva. Zachmann, fez esse trabalho documentando esses instantes que acontecem quando alguns dormem, uma vida noturna nos baixos e submundos das grandes metrópolis.
“Hoje, através desta série, eu fico acordado nessas grandes metrópoles, a noite toda, eu que não sou nem um sonâmbulo, ou insônia, ou até mesmo de diversão noturna” [grifo do fotógrafo].

Apenas sente-se atraído pela vida noturna, assim como os grandes fotógrafos Brassai e Weegee

Um dia, à noite na Night Club de Buenos Aires, Zachmann fotografou dois casais, um deles no auge de seu romance. Quando os casais não ligam de sentar juntos demais, as mãos e os braços se movem simultaneamente pelo o corpo acionados pelo beijo. O espaço da foto num local mais reservado da onde estavam e no tempo, a noite onde as pessoas se sentem melhor para encontrar alguém. Espaço, tempo, e signos completos para se relacionar a trama.
Foto muito bem escolhida para o Romance. Um casal apaixonado, sugerido pelo livro em seu reencontro, a segunda vez que se conheceram depois de seis anos e sentiam-se como se fosse a primeira vez. Tão bem produzida por Luiz que o casal ao lado na capa do livro foi cortado da foto. Além deles, nada mais cabe à trama.

Neste blablabla todo que está meu afeto pela fotografia. A medida que ela está tão próxima da literatura por contar algo. Objetiva e subjetiva, sujeita a qualquer tipo de compreenção de quem vê. E todo esse blablabla pode ser diferente daquilo que o Luiz pensou do Zachmann e que o Marcelo pensou do Luiz e que eu pensei dos 3 neste trabalho. Mas como sempre digo, a fotografia é apenas um caminho e que cada um se encontra de uma maneira.

Recomendo pelo menos o trabalho de dois mais importantes para mim: Zachmann e o Marcelo.

Sigam eles! hehe

À alguns dias li um texto do Rodrigo F. Pereira no Blog Câmera Obscura que me chamou muito à atenção. O texto fala sobre a experiência do autor usando uma operação pouco convencional para um registro fotográfico e o que levou ele a pensar sobre essa linguagem após o resultado final. Gostei muito do que escreveu, e o post posterior a esse que fez para esclarecer um pouco mais ainda a idéia com a série de fotos do fotógrafo Ivan de Almeida.

Para quem não viu o texto sobre Fotografia Impressionista vale a pena conferir aqui e o texto que fala sobre a série do Ivan de Almeida aqui.

A linguagem me atraiu muito pelo momento continnuum captado no mesmo frame, a idéia do movimento sem perder a legitimidade como cita o Rodrigo no post e até mesmo pela compreensão de cada um com as fotos.

Recentemente adotei um gato, e decidi fotografá-lo usando as técnicas que foram descritas nos post e quanto a edição deixar o mais simples possível também. Ultimamente tenho evitado o preto e branco, mas decidi usá-lo após comparar com a cor. O preto e branco deixa um tom mais poético e me chama mais atenção ao movimento.

Achei interessante que o Benjamin, meu gato, também ficou atraído com as fotos. Esse é o resultado da minha experiência com a fotografia impressionista e como por enquanto não tenho nenhuma observação nova e pra não deixar o assunto muito repetitivo recomendo a leitura do post para quem tiver o interesse.

A Chegada.

Recentemente casou-se a filha mais nova da família da minha mãe, minha tia. O acontecimento em sí não é o mais importante aqui, mas a forma que ele se assemelhou, e a continuidade que deu a um trabalho que fiz com os meus avós que pode ser visto aqui – http://manuelmartins.carbonmade.com/projects/2402460 – onde retratei o dia-a-dia de cada um enquanto estavam morando frente-a-frente.  Mostrei de cada um o sentimento com o seu cotidiano (que participei durante algumas semanas). Sendo que nesta minha última visita a história já havia sido modificada pelo meu avó. Como sempre fez, mudou de casa.

Essas fotos são experiências que tenho com essa  singularidade da minha família mas que além de característica, sem elas, é parecida com a histórias de muitos.

Tudo que indicia a ausência dos filhos nas fotos anteriores não está da mesma forma dessa vez. Os filhos que sairam de casa no decorrer do tempo e consequentemente se tornaram distante não deixaram de ver meus avós, muito menos os abandonaram e sinto que devo esse tipo de continuidade. Além de morarem sozinhos, têem sempre o mesmo a fazer e com a ajuda da idade essas determinadas condições influênciam que sintam, com todo o direito, a falta de uma família mais próxima. Assim como nós sentimos deles também e de nos aproximarmos mais.

Aliás, foi muito legal ter feito essas fotos com a chegada da família e comparar com a última foto tirada. O que me possibilitou a dar mais continuidade com as fotos e imaginar as transformações que ocorrerão com o tempo.


novo membro

foto: Manuel Martins

Sábado, frio e saldo da conta bacária em zero. Seria um dia tedioso, mas para quem tem cachorro dentro de um apartamento de dois dormitórios, uma sala, um banheiro e uma lavanderia os dias assim podem se tornar mais diferente. O nome do Cachorro é Jack, foi adotado por compaixão, viveu no Sol, na Chuva, exposto ao frio e ao calor, deve ter sido mais um dos bilhões de cahcorros abandonados e maltratados. Veio de última hora, a história dele sensibilizou minha mãe.
Do lugar horrível que ficava veio pro frio do meu apartamento, mais que uma proposta foi um desafio criar o cachorro em 60m² sem neurotizá-lo. Aos poucos percebi que qual neuroze teria um cachorro mudando para condições melhores e sendo cuidado das suas enfermidades? Nada de mais a não ser fazer xixi e coco e lugares indevidos, comer jornal e tomar óleo de cozinha. Hoje não tenho nada pra fazer a tarde, mas tive que cuidar do meu cachorro, que aliás não faz nada da vida, não trabalha, não estuda, na verdade nunca me falou que queria ser adestrado, vive dependendo de mim, da minha mãe, dos seus donos. O que ele faz da vida é fazer com que os outros cuidem dele.
Ele é teimoso, esses dias fiquei surpreso quando ficamos dois minutos parados um na frente do outro, primeiro pedi pra ele sair e ele não quis, fiquei olhando esperando a reação dele e ele a minha. Ele tem um dono teimoso como ele, e ficamos lá, eu esperando ele sair para abrir a porta e ele me esperando abrir a porta pra ele sair. Eu gosto dessa teimosia.
Não lembrava mais como era ter um cachorro, de primeira eu não quis; não quis me envolver. Eu vi aquele filminho do Marley e Eu pasando na minha cabeça, que ridículo!
Mas hoje estou satisfeito com nossa relação, é legal mandar e ser desobedecido.

foto: manuel martins

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foto: manuel martins

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